
Se achava mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno. Só em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas viveu por muito tempo de sua produção de doces, até ficar conhecida como Cora Coralina, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983, com o livro Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha.
Nascida em Goiás, Cora tornou-se doceira para sustentar os quatro filhos depois que o marido, o advogado paulista Cantídio Brêtas, morreu, em 1934. “Mamãe foi uma mulher à frente do seu tempo”, diz a filha caçula, Vicência Brêtas Tahan, autora do livro biográfico Cora Coragem Cora Poesia. “Dona de uma mente aberta, sempre nos passou a lição de coragem e otimismo.” Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores. Cora, que começou a escrever poemas e contos aos 14 anos, cursou apenas até a terceira série do primário. Nos últimos anos de vida, quando sua obra foi reconhecida, participou de conferências, homenagens e programas de televisão, e não perdeu a doçura da alma de escritora e confeiteira.
Acervo: 48 pensamentos de Cora Coralina.

Textos inéditos
Do baú de inéditos de Cora Coralina,
Coração é terra que ninguém vê
Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.
Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.
Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão
Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração.
Bati na porta de um coração.
Bati. Bati. Nada escutei.
Casa vazia.
Porta fechada, foi que encontrei...
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Errantes sentires percorrem
ResponderExcluirEste corpo nu de calor
Queda-se a vontade ao vento
Neste deserto de verde amor
Ai este grito contido
É lava rubra em minha garganta
Pio de pássaro preso às penas
Uma reza a fugir de alma santa
Boas férias
Mágico beijo
Cora Coralina, singular em seu modo de escrever, fez pouco caso da idade e abraçou lindamente o mundo da poesia e se tornou referência para Goias.
ResponderExcluirParabéns Izelda pelo resgate e por relembrar essas mulheres especiais.
Bjos,
Dalinha
Caro poeta PROFETA,
ResponderExcluirque alegria receber seu verso.
Obrigada pela tão honrada visita.
Grande e fraterno abraço.
Dalinha querida,
ResponderExcluiro córrego brilha com teu verso, obrigada por vir sempre.
sempre gosto de trazer aqui poesias que ficam guardadas...
abraço, amiga.
Tia, seu Blog cada dia fica mais bonito!!! adorei a cor e as poesias postadas!!
ResponderExcluirum grande xeiro!!!
aai esse seu blog esta perfeito , coloquei até isto : "O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher." Cora Coralina
ResponderExcluirseu blog esta super lindo eu estou fazendo um trabalho sobre ela trabalho de escola saabe eu acho qe vou tirar 10000 porqe este blog esta com super informações dela .
muito obrigada Izelda .
Bostaazul,
ResponderExcluirfique feliz por você ter gostado do blog. É apenas um cantinho virtual onde eu coloco minhas poesias preferidas...
Parabéns pelo trabalho, boa sorte e muito sucesso.
um abraço,
Izelda Maia
Olá!
ResponderExcluirVolta! Teus trabalhos são muito bons. Abraços.
queria saber o nome dos textos em prosa dela
ResponderExcluirSZ
ResponderExcluirnossa que lindo esse de escrever eu adoro seus poemas mas, meu favorito e "todas as vidas " eu recitei esse poema na escola e adorei
ResponderExcluirpq naum bota a meeeerda do poema o poeta e a poesiaaa?
ResponderExcluiressa velha de idade precisa
ResponderExcluirde tratamento vai agora com ela no hospital suas doidas vc eu sou mãe dela vcs ficaram sabendo piralha