quarta-feira, 11 de abril de 2007

Sentença de um poeta

Quando a noite seduz minh'alma triste e a lua

me põe na boca o gosto doce de romã madura,

formosa estrela canta a luz na madrugada escura,

cravando um raio de esperança e paz na minha rua.


De manhã, o sol bate solidão feroz no peito

e uma voz rouca vem com o vento despertar os medos,

me intimida, sufoca, mas lembra que os meus dedos

somam mais que os obstáculos aos quais estou afeito.


E, como que para livrar de toda culpa e pesadelos,

navego a esmo a vida com paixões, canções e aos poucos

transformo em frases os meus últimos fios de cabelo.


Entrego-me corpo e alma aos versos de um poema novo

que espalham pensamentos desvairados, quase loucos...

Sou meu fiel juiz, dito a sentença e logo me absolvo.


© Nathan de Castro

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