sexta-feira, 27 de julho de 2007

Sophia Anderson

Hoje quando acessei meu blog tive a grata surpresa de algumas visitas, dentre elas, a de uma amiga (virtual) de Portugal, que deixou um verso (comentário) onde cita alguns nomes da literatura portuguesa. Um desses nomes, Sophia Anderson, escritora e poetisa que há pouco partiu, mas que nos deixou belíssimos contos e poemas, é uma das minhas preferidas.


Poesia

Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.

Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem.
No interior das coisas canto nua.

Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos
Aqui sou eu em tudo quanto amei.

Não pelo meu ser que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos atos que vivi,

Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.

(Sophia Anderson)


E em homenagem a minha amiga PEKENA e a todos os filhos e filhas de Portugal, faço este post com uma das mais belas poesias que já li nos últimos tempos.

Um fim de semana cheio de alegrias... Abraços e flores!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Nossa língua.

Antonio Figueiras Lima poeta e educador cearense, nascido em 1909 e falecido em 1965. Autor de vários livros e de valiosíssimas contribuições à área da educação no Estado do Ceará, faz neste poema um homenagem aos diferentes sotaques e dialéticos da língua portuguesa brasileira.


LÍNGUA NACIONAL

Língua dos canoeiros e seringueiros da Amazônia,
florindo em sonoros vocábulos indígenas,
cantando na insistência das vogais:
uiara... pororoca... uirapuru...
Língua dos vaqueiros românticos do Piauí,
enchendo as grotas de aboios tristes e longos:
ecôôô... mansôôô...
Língua rimada, dos violeiros do Ceará,
língua cantada de todo o povo do Ceará!
Língua dos engenhos de açúcar de Pernambuco e
Alagoas,
doce, na ternura, como um rolete de cana,
forte, no insulto, como um trago de aguardente.
Língua piedosa da Bahia de Todos os Santos,
que é também a língua das mandingas de Jubiabá,
língua dengosa da baiana que tem tudo
e apimentada como vatapá.
Língua carioca, mistura de todas as línguas,
mosaico de todos os idiomas que há no mundo.
Língua dos garimpeiros de Minas Gerais,
faiscantes de jóias e de pedrarias!
Língua sintética dos homens-dínamos de São Paulo,
exuberante de força, de serva e de energia!
Límgua dos pampas infinitos,
cheia de hipérboles e imagens,
insubmissa e viril como um potro selvagem.
Língua que o gaúcho libérrimo fez à sua imagem...
Língua em que todas as mães brasileiras ninam
seus filhos,
em que todos os lavradores nordestinos pedem chuvas
a Deus,
em que todos os desgraçados encontram palavras de
consolação...
Língua ardente, cantante, exuberante, original...
Língua da minha gente do Norte e do Sul!
Língua Nacional!


Antonio Filgueiras Lima


sexta-feira, 13 de julho de 2007

(in) cômodos

Ontem estive em minha terra natal visitando meus familiares, e ao voltar para casa comecei a relembrar o passado: a casa dos meus pais, dos tios e primos, lá no Córrego de Areia , onde vivi minha infância. Nessas lembranças, veio-me à mente, uma prima que há tempos não vejo e que quando criança adorava desenhar e escrever poesias. Resolvi fazer uma busca na internet de algum trabalho seu, e eis aqui o resultado da pesquisa:


(in) cômodos

A saudade não cabe
nessa casa de tão grandes cômodos.
Nunca vivi aqui e a tenho,
do que poderia ter sido.
Uma manhã, um café, um carinho.
Um cavalo amarrado na árvore
trazendo noticias de um mundo
que não existiu para mim.
Um mundo aprisionado nos retratos
de moldura oval, quase sem sorrisos.
Em continência diante da vida
que passou, como também passará.

A tia bisavó parece frágil e triste
E seu retrato de moldura oval
precisa de urgentes reparos.
Sua lembrança, quase apagada
pela umidade do inverno
pelos que foram embora.
Mas eu estou aqui
trago um sorriso
meio condolente, alguns genes
sei quem é você. E por isso
não estais mais sozinha

Arlene Holanda

Quantas saudades...

quinta-feira, 5 de julho de 2007

E por falar em poesia...

A poesia é algo que sempre me atraiu, desde criança gostava de ler versos, principalmente os de poesia popular nordestina, os poemas de cordel, como são popularmente conhecidos.
Mas foi na adolescência que realmente conheci o maravilhoso mundo da literatura poética e seus encantos... Certo di
a ganhei de uma amiga um livro de poesias, a maioria delas eram sonetos. Fiquei maravilhada e foi aí que me apaixonei pelos sonetos. O livro era “Meu céu Interior” de J. G. de Araújo Jorge, poeta acreano que escreveu vários outros livros. Este em especial, li de capa a capa, Vou postar aqui o poema que mais me chamou a atenção naquele livro, eu jamais o esqueci:

Os versos que te dou

Ouve estes versos que te dou, eu
os fiz hoje que sinto o coração contente
enquanto teu amor for meu somente,
eu farei versos...e serei feliz...

E hei de fazê-los pela vida afora,
versos de sonho e de amor, e hei depois
relembrar o passado de nós dois...
esse passado que começa agora...

Estes versos repletos de ternura são
versos meus, mas que são teus, também...
Sozinha, hás de escutá-los sem ninguém que
possa perturbar vossa ventura...

Quando o tempo branquear os teus cabelos
hás de um dia mais tarde, revivê-los nas
lembranças que a vida não desfez...

E ao lê-los...com saudade em tua dor...
hás de rever, chorando, o nosso amor,
hás de lembrar, também, de quem os fez...


Se nesse tempo eu já tiver partido e
outros versos quiseres, teu pedido deixa
ao lado da cruz para onde eu vou...

Quando lá novamente, então tu fores,
pode colher do chão todas as flores, pois
são os versos de amor que ainda te dou.


J. G. de Araújo Jorge, (do livro Meu Céu Interior – 1ª Edição em 1934)


A poesia enfeita nossos dias... nos faz viajar... sonhar... acreditar... amar... ver a vida mais colorida.

Dedico este post a todos e a todas que amam poesias, e dizer que fiquem totalmente à vontade para postarem em seus comentários as poesias que mais gostam ou trechos delas.

Abraços e um iluminado fim de semana...

domingo, 1 de julho de 2007


Este singelo espaço foi indicado pelo "moço da bodega" em seu blog "Versos em Canto" (onde escreve seus poemas), ao premio "7 maravilhas da globosfera", o que nos deixou muito honrada. Agora, fico com a tarefa de indicar 7 blogs para a grande votação final.

Os meus votos são:

Coisas de uma Diva
O Alquimista
Resteas de Sol
Te La Má Maria
Troca de Palavras
Versos em Canto
Waipueduca

São maravilhas, para mim estes blogs que me fazem viver num mundo maravilhoso sempre que os visito. Existem, mesmo alguns que me fazem sentir as precisas palavras e imagens lá retratadas.
Gosto de sonhar e de blogs que me despertem as emoções. Contudo, todos que estão linkados são especiais para mim e espero não está-los deixando enciumados.

Regulamento

1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues activos há mais de um mês [os outros esperem por outra ideia brilhante que alguém irá ter].

2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto.

3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail: 7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com. No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efectuaram as nomeações. A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 01/07/2007.

4. De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:- Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);- Os votos no blog O Sentido das Coisas.

No dia 7/7/2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.
 

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