Hoje quando acessei meu blog tive a grata surpresa de algumas visitas, dentre elas, a de uma amiga (virtual) de Portugal, que deixou um verso (comentário) onde cita alguns nomes da literatura portuguesa. Um desses nomes, Sophia Anderson, escritora e poetisa que há pouco partiu, mas que nos deixou belíssimos contos e poemas, é uma das minhas preferidas.
Poesia
Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,
Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.
Aqui, deposta enfim a minha imagem,
Tudo o que é jogo e tudo o que é passagem.
No interior das coisas canto nua.
Aqui livre sou eu — eco da lua
E dos jardins, os gestos recebidos
E o tumulto dos gestos pressentidos
Aqui sou eu em tudo quanto amei.
Não pelo meu ser que só atravessei,
Não pelo meu rumor que só perdi,
Não pelos incertos atos que vivi,
Mas por tudo de quanto ressoei
E em cujo amor de amor me eternizei.
(Sophia Anderson)
E em homenagem a minha amiga PEKENA e a todos os filhos e filhas de Portugal, faço este post com uma das mais belas poesias que já li nos últimos tempos.
Um fim de semana cheio de alegrias... Abraços e flores!