"A ambiência educativa que criei em torno da mocidade, no Colégio Lourenço Filho, não deixa margem a desatinos e revoltas, a explosões de complexos e injustiças recalcadas. Quis sempre que os jovens sentissem uma confiança espontânea em seus mestres e condutores, a começar por aquele a quem toca a maior parcela de responsabilidade nesta tarefa árdua e grandiosa de educar. Humildade, serenidade, verdade e amor - eis as pilastras da obra que venho construindo, há quase vinte e oito anos, sem um instante de descrença, sem um minuto de pessimismo. Creio na mocidade porque nela há uma parcela divina que espalha claridade a todo instante." (Antônio Filgueiras Lima)
Ipê, uma das árvores símbolo de nossa vegetação.
Quando começou o inverno
Nem uma nuvem pelo céu!
E os olhos ansiosos do caboclo
lera, nas impassibilidade do infinito,
o terrível destino do cearense!
Chupou no cachimbo longamente
e, depois, lá se foi
pela estrada poeirenta,
assobiando qualquer coisa que dizia — Esperança.
Mas, noutra manhã, ao despertar,
o sertanejo escutou,
de sua rede de algodão,
a polêmica dos sapos na lagoa,
a cantiga da chuva nos caminhos
e o choro alegre dos rios nos grotões...
E quando, da porta de sua casa pobre
— para mim muito mais rica do que um templo! —,
ele viu a vegetação ressuscitando
e as árvores engalanadas de folhas verdes,
pôs a enxada no ombro,
beijou os filhinhos e a esposa
e seguiu para a roça, alegremente,
a cantar qualquer coisa que dizia — Felicidade!
(A terra molhada pela chuva
tinha o cheiro das mulheres do sertão...)
Antônio Filgueiras Lima
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