terça-feira, 30 de janeiro de 2007

O DOM DO AMOR

O amor é o mais nobre sentimento,
ele gera a paz e a harmonia,
uma linda e suave sinfonia
de pardins de pardais e rouxinóis.
É canção dedilhada nos bemóis
sustenidos ou nos tons naturais,
no amor não há guerra, só há paz,
um sorriso no lugar do gemido,
o remédio do coração sofrido,
no amor todo ódio se desfaz.

O amor quando nasce é um bebê,
um pequeno inocente, indefeso
se não for bem tratado perde o peso,
vai secando, sofrendo até morrer;
mas se for bem tratado vai crescer
forte, inteligente, destemido
pra gerar novo amor desenvolvido
na seara da alma: o coração
um dos frutos do amor é o perdão,
sem amor este mundo está perdido.

O amor: ele vence todo mal
mas o ódio envenena o coração
se tu amas perdoa teu irmão,
se tu fores por ele humilhado
quem perdoa também é perdoado,
mas quem fere com ferro é ferido,
vai sofrer no vele dos desvalidos
a justiça divina e infalível
o amor é a arma imbatível,
é o mapa dos corações perdidos.

O amor é o perfeito alimento
como a massa que faz o belo pão,
alimenta a alma e o coração,
levedado não para de crescer.
Toda carne um dia vai morrer,
toda alma pra Deus retorna um dia
mas lá no tribunal há garantia
que com amor tu serás absorvido,
se tiveres amado e dividido,
tudo que Deus te deu com alegria.

Para Deus todo mundo é igual,
pobre, rico, amarelo, preto ou branco,
o amor cessará da terra o pranto
lançará no inferno todo mal,
e qualquer sentimento mais mortal,
deixará nesse mundo de existir
ele está sempre pronto pra servir,
o amor é o sentido mais perfeito,
Deus criou pra se carregar no peito,
e só no coração pode florir.

“Ele” é o mais forte sentimento,
tem mais força que a bomba nuclear
quando usado serve pra desarmar
o cruel assassino, o opressor,
no combate ao invés de sangue, amor
vai matando o mal enraizado
e o ódio que estava entronizado,
quando menos se espera está vencido,
coração transformado, convertido
e o terrível dragão esta domado.

Eu não creio no amor que é egoísta,
que maltrata, despreza e humilha,
eu não creio no amor sem ter partilha,
sem carinho, respeito e gratidão,
pois a casa do amor é o coração,
um jardim adubado e florido,
se ao invés de cuidado, esquecido,
vira um grande deserto sem valor
só floresce o ódio e o rancor
e viver passa não ter mais sentido

Quem quiser ter amor por toda vida,
aconselho nutrir bons sentimentos
pegue o ódio, a soberba e seus lamentos,
faça uma trouxa e devolva a satanás,
o rancor o egoísmo, a ferrabrás
beba a paz e partilhe a caridade,
trate a todos com mais fraternidade
e reparta com o pobre o seu pão
pois diante de Deus somos irmãos,
somos todos de uma mesma sociedade.

Quem não ama não sabe o que é amor,
não entende de amar quem nunca amou,
vai crescer se torna num professor
dos sentidos mais baixos desse mundo,
a inveja, o ódio mais profundo,
a mentira, a calúnia, a violência,
sua vida uma grande incontinência
transformado em grande marginal,
se alimenta de tudo quanto é mal
vai viver e morrer sem ter clemência.

Eu não tenho riquezas nessa vida,
o que sou agradeço aos meus pais
me ensinaram que bens materiais
nessa vida não tem nenhum valor
aprendi a grandeza do amor
com carinho por eles fui criado,
é por eles que amo e sou amado
pois a vida não teria sentido
sem amor eu seria só gemido,
era um barco nos mares, naufragado.


(Carlinhos Medeiros)

Barreiras de Icapuí, 20/ 12/04.

Um comentário:

  1. Parabéns pela poesia em versos alexandrinos, você é rara e privilegiada pessoa humana.
    Ès um poeta completo.
    Tenho o maior orgulho de VOCÊ!

    Bjuss!

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