quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A magia da poesia de Cora Coralina

"O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher." Cora Coralina

Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas, 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás.

Se achava mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno. Só em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas viveu por muito tempo de sua produção de doces, até ficar conhecida como Cora Coralina, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983, com o livro Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha.

Nascida em Goiás, Cora tornou-se doceira para sustentar os quatro filhos depois que o marido, o advogado paulista Cantídio Brêtas, morreu, em 1934. “Mamãe foi uma mulher à frente do seu tempo”, diz a filha caçula, Vicência Brêtas Tahan, autora do livro biográfico Cora Coragem Cora Poesia. “Dona de uma mente aberta, sempre nos passou a lição de coragem e otimismo.” Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores. Cora, que começou a escrever poemas e contos aos 14 anos, cursou apenas até a terceira série do primário. Nos últimos anos de vida, quando sua obra foi reconhecida, participou de conferências, homenagens e programas de televisão, e não perdeu a doçura da alma de escritora e confeiteira.

Acervo: 48 pensamentos de Cora Coralina.



Textos inéditos
Do baú de inéditos de Cora Coralina,


Coração é terra que ninguém vê

Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Sachei, mondei - nada colhi.
Nasceram espinhos
e nos espinhos me feri.


Quis ser um dia, jardineira
de um coração.
Cavei, plantei.
Na terra ingrata
nada criei.


Semeador da Parábola...
Lancei a boa semente
a gestos largos...
Aves do céu levaram.
Espinhos do chão cobriram.
O resto se perdeu
na terra dura
da ingratidão


Coração é terra que ninguém vê
- diz o ditado.
Plantei, reguei, nada deu, não.
Terra de lagedo, de pedregulho,
- teu coração.


Bati na porta de um coração.

Bati. Bati. Nada escutei.

Casa vazia.

Porta fechada, foi que encontrei...

Cora Coralina

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13 comentários:

  1. Errantes sentires percorrem
    Este corpo nu de calor
    Queda-se a vontade ao vento
    Neste deserto de verde amor

    Ai este grito contido
    É lava rubra em minha garganta
    Pio de pássaro preso às penas
    Uma reza a fugir de alma santa


    Boas férias


    Mágico beijo

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  2. Cora Coralina, singular em seu modo de escrever, fez pouco caso da idade e abraçou lindamente o mundo da poesia e se tornou referência para Goias.
    Parabéns Izelda pelo resgate e por relembrar essas mulheres especiais.
    Bjos,
    Dalinha

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  3. Caro poeta PROFETA,
    que alegria receber seu verso.
    Obrigada pela tão honrada visita.
    Grande e fraterno abraço.

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  4. Dalinha querida,
    o córrego brilha com teu verso, obrigada por vir sempre.

    sempre gosto de trazer aqui poesias que ficam guardadas...

    abraço, amiga.

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  5. Tia, seu Blog cada dia fica mais bonito!!! adorei a cor e as poesias postadas!!

    um grande xeiro!!!

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  6. aai esse seu blog esta perfeito , coloquei até isto : "O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher." Cora Coralina

    seu blog esta super lindo eu estou fazendo um trabalho sobre ela trabalho de escola saabe eu acho qe vou tirar 10000 porqe este blog esta com super informações dela .

    muito obrigada Izelda .

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  7. Bostaazul,
    fique feliz por você ter gostado do blog. É apenas um cantinho virtual onde eu coloco minhas poesias preferidas...

    Parabéns pelo trabalho, boa sorte e muito sucesso.
    um abraço,
    Izelda Maia

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  8. Olá!
    Volta! Teus trabalhos são muito bons. Abraços.

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  9. queria saber o nome dos textos em prosa dela

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  10. nossa que lindo esse de escrever eu adoro seus poemas mas, meu favorito e "todas as vidas " eu recitei esse poema na escola e adorei

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  11. pq naum bota a meeeerda do poema o poeta e a poesiaaa?

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  12. essa velha de idade precisa
    de tratamento vai agora com ela no hospital suas doidas vc eu sou mãe dela vcs ficaram sabendo piralha

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