terça-feira, 29 de julho de 2008

Poesia brasileira, aqui.

"A forma ousada dos seus versos, de um ritmo livre e bastante pessoal, harmoniza-se com a liberdade de inspiração, onde predomina um forte sensualismo, tão forte que Humberto de Campos notava-lhe nos poemas verdadeiras 'tempestades de carne'... Seus livros provocavam, simultaneamente, admiração e escândalo, já que a poetisa confessava sentir pêlos no vento', desejava penetrar o amado 'pelo olfato, assim como as espiras/invisíveis do aroma...' e declarava, sem rebuços: 'Eu sinto que nasci para o pecado'."

"(...) Gilka Machado foi a maior figura feminina de nosso Simbolismo, em cuja ortodoxia se encaixa com seus dois livros capitais, Cristais Partidos e Estados de Alma. Nem sua ousadia tinha impureza, mas punha à mostra a riqueza de seus sentidos, especialmente de um pouco explorado em poesia, o tato. Sua sensibilidade é requintada, algo excêntrica, mas profundamente feminina."



Baú de Guardados

Pelos caminhos da vida
fechei os olhos às coisas feias,
porém as belas guardei-as
no meu baú de guardados

Por certo ninguém pressente,
vendo sempre vazios
meus braços,
o que conduzem
meus passos
neste baú de guardados

E vou resgatando
em penas,
ai! como venho pagando
em choros
os pequeninos tesouros
do meu baú de guardados


Gilka Machado

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10 comentários:

  1. Olá Izelda,

    Fiquei quase 2 meses no Ceará. Chego e encontro seu Córrego de areias, de cara nova, mas com a mesma sensibilidade estampada nas postagens, o que reafirma seu sempre gosto refinado.
    Um abraço carinhoso,
    dalinha

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  2. Izelda,
    Acabei de subscrever o Côrrego...
    Sempre a correr, como tu, raramente saio do meu canto.Como ia adivinhar que tinhas aqui a Gilka Machado. Foi bom lembrar.
    Um abraço com carinho.


    PS:Eu tinha um link do Carlinhos mas perdi... como posso recuperar?
    bjs

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  3. Hei, linda!
    Que belo poema...e quanta verdade!
    Um abraço grande.

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  4. Dalinha,
    então estavas em nosso Ceará!

    É amiga, resolvi pintar a casa, mudar um pouco as das paredes e cortinas, mas, os fluidos continuam os mesmos...
    Seja sempre bem-vinda, sua visita trás alegria à nossa casa.

    Grande e fraterno abraço.

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  5. Meg, querida,
    que bom, receber vossas visita.
    Obrigada por subscrever o Córrego de Areia.
    Que bom, gostas também da Gilka.

    Os links do Carlinhos:

    Bodega - http://bodegacultural.blogspot.com/

    Poesias do Carlinhos - http://recantodasletras.uol.com.br/autores/carlosmedeiros

    beijos.

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  6. Querida São,
    ainda bem que veio, já estava sentido a sua falta.
    Obrigada pelo carinho do verso.

    Grande e carinhoso abraço.

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  7. "Dondequiera vaya,
    José de Mairena
    lleva su guitarra."

    António machado, nasc. 26/7/1875, Sevilla...para ti...

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  8. Muita beleza poética nos teus versos...


    Doce beijo

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  9. Saro Profeta,
    que surpresa boa ver você por aqui!
    Sua visita e verso me trouxe alegrias, obrigada.
    Um feliz fim de semana.
    abraços.
    Espero que voltes.

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  10. rosa e oliver,
    sua visita deixa esta casa cheia de felicidades, obrigada.
    Volte sempre que desejar.
    Abraços e feliz fim de semana.

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