quarta-feira, 21 de março de 2007

CORDEL - POESIA POPULAR NORDESTINA

GEME E CHORA A NATUREZA...
FESTVERSO 2006

Merlãnio Maia X Menino Poeta

MM:
Meu nome é Merlânio Maia,
Honrado em sua presença!
Cidadão do Universo,
E a poesia é a minha crença!
Poeta menor das eras,
Violeiro das quimeras,
Estes são os traços meus!
Cantador da excelência,
Da grandeza e da ciência
Das coisas que vem de Deus!

MP:
Sou poeta do sertão,
Repentista de lamentos!
Cantando meus sofrimentos,
Coisas do meu coração!
Agradeço a proteção
De Jesus Nosso Senhor,
Que me cobre em seu amor,
Faz do meu verso alegria!
Minha Mãe, Virgem Maria,
Protege este cantador!

MM:
A Humanidade delira
E degenera a ciência.
Abusa da inteligência,
Com seu ódio e sua ira.
Faz do mal a sua lira,
Há tanta ogiva no chão,
Que, unidas, destruirão
Cem planetas com certeza!
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MP:
De todo animal vivente,
Só nós podemos pensar.
Mas não soubemos usar
Nosso dom sabiamente!
Cada dia mais, a gente
Vem causar destruição.
Com guerra e poluição,
Matamos toda a beleza:
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MM:
No seu imo, a Terra chora,
Vendo a vida se esvair!
E o homem, mau, destruir
Toda a Fauna e toda a Flora!
A ganância só devora,
Mata a mata e seca o chão!
O mar vai virar sertão,
Sertão vai ser chama acesa:
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MP:
Pode se acabar a Terra
Hoje, de várias maneiras,
Tamanhas são as besteiras
Do homem, que faz a guerra!
Faz veneno e moto-serra,
Bota fogo em plantação,
Mata até o próprio irmão
Sempre em busca de riqueza!
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MM:
Santos Dumont, o inventor,
Não agüentou e morreu!
Só porque o invento seu
Virou arma de terror.
Das asas cai o pavor
Das bombas, cuja explosão
Penetra no coração
Da Terra, qual chama acesa!
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MP:
O ar está envenenado,
Os mares pedem clemência!
O homem faz da ciência
O mais terrível pecado!
Aí vem o resultado:
Tamanha desolação.
Depois de tanta agressão,
A terra perde a grandeza,
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MM:
Indústrias poluem rios,
Navios poluem o mar,
Tanto incêndio infesta o ar,
Veneno desce aos baixios!
São grandes os desafios,
A Terra perde o pulmão!
E o homem, já sem razão,
Inda amealha riqueza!...
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MP:
Não só a Fauna e a Flora
Padecem com esse mal!
O progresso industrial
Ao homem também devora.
Entre os povos, já vigora
A lei da desunião.
E essa vil poluição
Nos destrói a gentileza!
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MM:
Quem herdar este planeta
Herdará dor, sofrimento,
Muita tristeza e lamento,
Tanta sede e a peste preta,
Vírus feitos em proveta,
Doenças em profusão!
Tudo que é mutilação,
Da genética à torpeza!...
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MP:
Por sermos cruéis em vida,
Nossos filhos, nossos netos
Serão herdeiros diretos
De uma Terra destruída!
Depois que for concluída
Nossa vil destruição,
A futura geração
Só nos herdará tristeza!
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MM:
Morrem os rios, cantando,
Morre a mata, morre o ar,
Morrem os peixes no mar,
Que o plâncton vai se acabando!
O ser humano, ceifando
A vida do seu irmão,
É o demônio da ambição
Buscando a torpe riqueza!
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MP:
Tsunamis pelo mar,
Terremotos pela terra!
São essas armas de guerra
Que o planeta vai usar
Pra poder nos expulsar
Do seu próprio coração,
Feito um bom cirurgião,
Extirpando uma impureza!
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MM:
Oh! Grande Mãe, doce Terra,
Não permite aos filhos teus,
Distanciados de Deus,
Virar filhos da guerra!
Nos toma nas mãos e encerra
Chama a força do tufão!
Ensina ao filho malsão
Teu poder e realeza!
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!

MP:
Terminando, vou dizer
Que só há uma saída:
Temos que mudar de vida,
Pro planeta não morrer!
Vamos deixar de fazer
Guerras e poluição
E tratar o nosso chão
Com carinho e com nobreza!
Geme e chora a Natureza,
Por tanta má criação!


Mote de Seu Ribeiro

17 comentários:

  1. Foi emocionante reler esta magnifica peleja, tão lirica.
    Obrigado pela sitação.

    Seu Ribeiro

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  2. Eu é que agradeço pela ilustre visita e comentário ao meu singelo espaço.
    Eu amo a poesia popular nordestina, para mim é de uma riqueza imensurável.

    Outro dia fui à um festival de cantadores de viola, e fiquei maravilhada com os repentes em desafios... muito bom mesmo,
    quase morri de ri...

    Volte sempre poeta, a casa é sua.

    Um grande e fraterno abraço.

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  3. Ouvindo Melano Maia
    falando com o coração,
    vendo o menino poeta,
    sábio lhe dando razão
    acredito que há jeito
    de salvar nossa nação.
    O mote muito ligeiro,
    obra prima de Ribeiro,
    virá em outra oração.
    "Geme e chora a natureza"
    por tanta má criação"
    Se tranformará com certeza
    Em:Canta alegre a natureza
    depois da preservação.
    Parabéns a Izelda pelo apoio a poesia popular. Ao Seu Ribeiro pelo mote. Parabéns aos dois cantadores.
    Dalinha Catunda
    www.cantinhodadalinha.blogspot.com

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  4. Esta página eu visitei/
    Sei que volto a visitar/
    Pra comentarios editar/
    Vou ler tudo que gostei/
    Dos versos eu comentarei/
    Quero analisar os temas/
    Que dos poetas é o lema/
    Quando fazem apologia/
    Versos que com maestria/
    Descrevem todos dilemas./

    ***********************
    //Anizio, 11/12/2008

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  5. Esta página eu visitei/
    Sei que volto a visitar/
    Pra comentarios editar/
    Vou ler tudo que gostei/
    Dos versos eu comentarei/
    Quero analisar os temas/
    Que dos poetas é o lema/
    Quando fazem apologia/
    Versos que com maestria/
    Descrevem todos dilemas./

    ***********************
    //Anizio, 11/12/2008

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  6. uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuhahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu isso e uma poesia nordestina ,legal sua lingua a e saiba que eu tambem sei uma

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  7. Muito boa a peleja,são concerteza dois abençoados pelo Dom Divino de fazer poesia.

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  8. A mata seca cinzenta
    A rachadura no chão
    O verde do juazeiro
    Simboliza o meu sertão
    Na estrada de areia tem
    Rastros que vem e que vão

    São verdadeiras gravuras
    Espalhadas pelo vento
    Rastros que se misturam
    E se perdem do relento
    Na caminhada sem fim
    A procura do sustento

    Sobrevivente da seca
    O sertanejo é forte
    Sem ajuda de ninguém
    Ele briga com a sorte
    Pois já passou pelo teste
    Da oficina da morte

    A pele toda marcado
    Pelo espinho da caatinga
    No galho do cipó seco
    Seu suor ainda pinga
    Como se fosse um orvalho
    Da noite que choraminga

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  9. J.medeiros natal rn20 agosto, 2010 20:51

    j.medeiros
    contato para os amigos poétas
    jmmedeirosma@hotmail.com

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  10. Tá aí um site legal
    de poema nordestino
    e bom de ser frequentado
    por homem, mulher e menino.
    Que o nordestino é sábio
    eu continuo insistindo.
    Nordestino é trabalhador
    com certeza por destino.

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  11. Bendizendo nossa cultura
    para que ela não caia.
    Com a verdade que é pura
    sem jamais fugir da raia
    vem a dona deste bloger
    que se chama Iselda Maia

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  12. Legal!
    Me ajudou muito!
    Adorei!

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  13. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa que sacooo

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  14. essa merda nao me ajudou em bosta nenhuma que merda

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  15. r, meus pêsamepaiz,,,quanta insensibilidade, se voce não gosta por perdeu o seu tempo de ler, por isso que o nosso brasil não vai pra frente, ainda tem gente como voce que prefere ler besteiras inuteis

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