segunda-feira, 7 de julho de 2008

Poesia em todo canto.

Estava eu, navegando por esta maravilha que é glogosfera, e deparei-me com mais um blog de poesias onde encontrei mais um dos belos poemas de Drummond, e confesso não resisti, copiei e trouxe para as areias deste córrego, para todos nós que gostamos de tudo que nos fala de poesia encher as nossas almas com mais um poema de amor.


Foto: Carlinhos Medeiros


Amor antigo

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.


Carlos Drummond de Andrade(Amar se aprende amando)

2 comentários:

  1. Drummond sempre profundo e atual.
    Gostei muito da foto do Carlinhos. Que ma-ra-vi-lha!

    Boa sorte, guria, nas pelejas políticas.

    Bjs

    Re

    ResponderExcluir
  2. Obrigada, Re!
    Confesso que a peleja política aqui está acirrada.

    Abraço.

    ResponderExcluir

 

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